(Foto: Mídia Sociais)
O
líder quilombola José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos, foi assassinado na
tarde da última sexta-feira (27) por dois atiradores, em frente a sua
casa. Conhecido como Doka, ele morava no povoado Jaibara dos Rodrigues, no
Território Quilombola Monge Belo, em Itaipuaçu-Mirim, no Maranhão, que aguarda
titulação há quase 20 anos.
O
Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Maranhão
(CEDDH/MA) manifestou indignação pelo crime pediu pronta intervenção do
aparato de segurança pública estadual para apurar o ocorrido.
"Ao
mesmo tempo protestamos contra a morosidade do Incra na tarefa de titulação
desse território", diz nota divulgada neste domingo (29). O conselho
contabiliza que, entre 2005 e 2023, 50 quilombolas foram assassinados no estado
do Maranhão.
Governo
federal lamenta
O
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou uma nota em que
lamenta profundamente a morte de Doka.
"Neste
momento de dor e luto, estendemos nossas condolências aos familiares e amigos
de José Alberto, e reforçamos nosso compromisso com a sua luta por um país mais
justo e igualitário", diz o texto. "Sempre que um defensor de
direitos humanos tomba e é silenciado, toda a sociedade brasileira perde a
oportunidade valiosa de avançar no debate em torno da construção de soluções
para as graves violações de direitos humanos que ainda afetam a maioria do seu
povo".
Segundo
o ministério, a comunidade quilombola de Monge Belo é uma das 168 do estado do
Maranhão que aguarda a titulação do seu território. A pasta reconhece que
conceder oficialmente a posse aos territórios tradicionais quilombolas é
essencial para trazer segurança jurídica e estancar os conflitos fundiários que
frequentemente produzem ameaças, riscos e vulnerabilidade para as lideranças
quilombolas.
"É
fundamental neste momento que a assistência disponível seja concedida aos
familiares de José Alberto, as investigações sejam conduzidas de forma célere e
diligente, a fim de que os autores do crime sejam responsabilizados nos termos
da lei, e que se avance na titulação do território quilombola de Monge
Belo".
Vinicius
Lisboa: Agencia Brasil/Berokanfm
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