(Empresas terão alívio nas taxas de financiamento e redução no custo do insumo, responsável por 40% do custo da passagem)
(Foto: Vosmar Rosa/MPor)
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de
Comércio Exterior (Camex) aprovou, na quinta-feira (27), o uso do Fundo de
Garantia à Exportação (FGE) como garantia para operações de financiamento
destinadas à compra de querosene de aviação (QAv) por companhias
aéreas brasileiras. Cada empresa poderá utilizar até R$ 2 bilhões por ano
em garantias, o que tende a reduzir as taxas de juros do crédito e,
consequentemente, o custo de um insumo que responde por cerca de 40% do valor
das passagens aéreas.
De acordo com o governo federal, todas as
empresas que operam voos regulares domésticos poderão solicitar a garantia, com
limite anual de R$ 2 bilhões para companhias com participação superior a 1% no
mercado interno e de até R$ 333 milhões para empresas com participação
menor.
O mecanismo foi construído de forma
interministerial, no âmbito da Camex, com participação da Secretaria Nacional
de Aviação Civil (SAC) do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), para, ao
mesmo tempo, aliviar custos e fortalecer a competitividade da aviação
brasileira.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio
Costa Filho, afirma que a iniciativa faz parte de um pacote para reduzir
despesas operacionais das empresas e trazer alívio ao bolso do passageiro.
Segundo o ministro, ao utilizar o FGE como cobertura na compra de QAv, as
companhias terão mais facilidade para negociar condições melhores de
financiamento, o que deve impactar positivamente o preço das passagens, em
complemento à linha de crédito com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil
(FNAC) para compra e manutenção de aeronaves com juros reduzidos.
“Estamos construindo um conjunto de medidas
para reduzir o custo operacional das aéreas e o valor da tarifa para o
consumidor”, explica Costa Filho. “Tendo o FGE como cobertura na compra de QAv,
as aéreas terão mais facilidade para negociar condições melhores de
financiamento e isso impacta positivamente no preço da passagem”.
Em contrapartida ao uso da garantia
pública, as empresas terão de adotar medidas específicas de descarbonização,
comprovadas por auditoria externa independente. Entre as exigências estão a
compra de combustível sustentável de aviação (SAF) produzido no Brasil,
investimentos em plantas industriais de SAF ou aportes no Fundo Nacional de
Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT) em projetos relacionados ao
desenvolvimento desse tipo de combustível.
A Diretora de Planejamento e Fomento da
Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Júlia Lopes, enfatiza que atrelar a
garantia do FGE à expansão do SAF é estratégico para consolidar um mercado
nacional desse combustível e reduzir as emissões no transporte aéreo. Para ela,
a política de crédito condicionada à descarbonização ajuda a transformar a
demanda das companhias em contratos e investimentos de longo prazo, alinhando a
aviação brasileira às metas climáticas e ao planejamento de infraestrutura aeroportuária
mais sustentável.
Com a nova modalidade de cobertura, o governo
busca, ao mesmo tempo, apoiar a saúde financeira das aéreas, estimular a
produção e o uso de SAF no país e abrir espaço para que, no médio prazo, a
redução do custo do combustível se reflita em tarifas mais acessíveis para os
passageiros. A iniciativa também integra a estratégia econômica de
fortalecimento da indústria nacional ligada à energia limpa, ampliando
investimentos em tecnologia e inovação no setor de aviação civil.
Com informações de Paula Coutinho/Agencia do
Radio
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