(A unidade foi inaugurada nesta sexta-feira (14), em Belém (PA), em meio às atividades da COP30. O projeto conta com parceria do SESI, Ministério da Saúde e CN-SESI)
(Foto: Augusto Coelho/CNI)
Os trabalhadores industriais que atuam em
áreas ribeirinhas da Amazônia vão contar com uma nova estrutura de saúde.
Trata-se da embarcação Saúde Conectada – Copaíba. A unidade vai disponibilizar
cuidados prioritários, como doenças crônicas, saúde mental e auxílio no combate
ao tabagismo e à obesidade.
O barco é movido a energia solar e tem a
operação neutra em emissão de carbono. A iniciativa foi capitaneada pelo
Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com o Ministério da Saúde e
o Conselho Nacional do SESI (CN-SESI).
Copaíba – o
nome dado à embarcação – faz referência à árvore amazônica medicinal conhecida
como “antibiótico da mata”. Como dispõe de conectividade via satélite, a
unidade oferece serviços como teleconsultas, telediagnóstico, exames e
acompanhamento multiprofissional em fluxo de referência com as redes locais de
saúde.
Os beneficiários também têm acesso à atenção
primária, exames laboratoriais, eletrocardiograma, eletroencefalograma,
audiometria e espirometria. Entre os profissionais que vão atuar no atendimento
estão médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e
educadores físicos.
Para o presidente da Federação das Indústrias
do Estado do Pará (FIEPA),
Alex Carvalho, a parceria envolvida no projeto contribuiu para um avanço
relevante na ideia de levar atendimentos de saúde a localidades mais remotas do
país.
“É fruto de uma união, na qual cada um trouxe
não só uma parcela de contribuição técnica, estrutural, mas também muita
emoção. Contamos com uma indústria genuinamente brasileira, na tecnologia
embarcada, nos motores de propulsão, energia renovável não poluente. Temos
muitas indústrias espalhadas ao longo dos nossos rios. Então, de certo que isso
vai cumprir um papel fundamental na chegada de uma saúde de qualidade”,
destaca.
O SESI-PA será o operador desses serviços.
“Haverá tanto parcerias com secretarias de estado quanto municipais de saúde.
Também haverá atuação das empresas que têm operações junto a essas
comunidades”, explica o superintendente de Saúde e Segurança na Indústria do
SESI, Emmanuel Lacerda.
A iniciativa foi lançada nesta sexta-feira
(14), no Terminal Hidroviário de Tamandaré, em Belém, em meio às atividades da
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
O evento de lançamento também contou com a
presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha; do diretor-superintendente do
SESI, Paulo Mól; e do presidente do CN-SESI, Fausto Augusto Junior.
Foco na realidade da Amazônia
A unidade foi desenvolvida em parceria com a
Universidade Federal do Pará (UFPA).
Construída para atuar especificamente na Amazônia, a embarcação tem 15 metros
de comprimento, 6 de largura e duas cabines de atendimento.
A definição dessas dimensões levou em conta
as especificidades da região, que conta com grandes distâncias, sazonalidade
dos rios e dispersão geográfica das comunidades.
Na avaliação do ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, a iniciativa é estratégica, já que os atendimentos são voltados para
populações que vivem onde o atendimento é historicamente limitado. “É um barco
adaptado para chegar às pequenas comunidades, operando com energia solar,
manejo adequado de resíduos e zero emissão de carbono”, afirma.
O diretor superintendente do SESI, Paulo Mól,
considera que esse processo de integração fortalece a equidade no acesso à
saúde. "Quando se tem um atendimento por barco, levando atendimento de
barco às populações ribeirinhas, isso é dar cidadania, é fazer com que, de
fato, a saúde chegue".
12 linhas prioritárias de cuidado
O modelo foi estruturado com o intuito de
atender, de forma prioritária, empresas, trabalhadores da indústria e seus
familiares. Porém, há possibilidade de expansão para outros setores, como
comércio e agronegócio.
Foram identificadas 12 linhas de cuidado
prioritárias. São elas:
- 1. Diabetes
- 2. Hipertensão
- 3. Dor lombar
- 4. Eventos cardiovasculares
- 5. Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- 6. Cefaleia
- 7. Transtornos de ansiedade,
- 8. Transtornos do sono
- 9. Obesidade e sobrepeso
- 10.Tabagismo
- 11. Depressão
- 12.Prevenção e rastreamento de cânceres
mais letais ou incapacitantes
Vale destacar que essas condições poderão ser
monitoradas à distância pela plataforma, o que possibilita acompanhamento
contínuo, intervenções oportunas e manutenção da capacidade laboral.
Na avaliação do presidente do Conselho
Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, o projeto inaugura uma nova etapa na
organização da saúde na região. “A proposta é ampliar a presença da saúde nos
territórios, fortalecer a prevenção e garantir que o cuidado chegue a quem vive
e trabalha em áreas de difícil acesso”, pontua.
Atendimentos serão feitos em Belém até o fim
da COP30
A embarcação deverá permanecer no Píer
Tamandaré, em Belém, até 21 de novembro, das 8h às 20h, com atendimentos,
exames e ações de orientação em saúde para trabalhadores da indústria e
comunidades ribeirinhas selecionadas.
Em seguida, a Saúde Conectada – Copaíba
seguirá roteiros programados pelos parceiros por diferentes localidades da
região amazônica, com monitoramento contínuo das condições de saúde pela
plataforma digital.
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