(Ação vai levar todas as 22 vacinas do Calendário Nacional de Vacinação – com exceção da vacina contra a dengue – para as populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, rurais e que vivem nas regiões de fronteiras nas áreas remotas da Amazônia Legal.)
(Foto:
Ascom/Ministerio da Saúde)
Vinte milhões de
reais. Esse é o valor que o Ministério da Saúde vai investir para
vacinar as populações que vivem em áreas remotas do Brasil. Essas pessoas moram
em locais de difícil acesso, como regiões sem rodovias e hidrovias, que exigem
mais de cinco dias de viagem, ou áreas com barreiras geográficas. Esses locais
remotos também incluem regiões de floresta onde o profissional precisa permanecer
por mais de quatro dias sem comunicação e áreas sem visitação por mais de seis
meses ao ano.
A Operação Gota vai
levar todas as 22 vacinas do Calendário Nacional de Vacinação – com exceção da
vacina contra a dengue – para as populações indígenas, ribeirinhas,
quilombolas, rurais e que vivem nas regiões de fronteiras nas áreas remotas da
Amazônia Legal.
O diretor do
Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, esteve no Amapá e comentou os
desafios enfrentados na região. “Tivemos a oportunidade de discutir
particularidades da saúde indígena no sentido de melhorar a imunização dos
povos indígenas aqui da região e sabemos que temos muitos desafios locais.
Temos desafios com relação à conectividade, desafios com relação ao registro,
em relação à logística e à rede de frio. É olhar com muita atenção para essas
questões para garantir o acesso dos povos indígenas à imunização e,
consequentemente, a proteção de doenças que podem atingir essas pessoas”,
explica Gatti.
As missões de 2025
contemplam diferentes comunidades no norte do Brasil, abrangendo os estados do
Pará, Acre, Amapá e Amazonas, bem como territórios indígenas sob a jurisdição
de diversos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Ao todo, estão previstas
12 missões, que terão início em maio e se estenderão até dezembro, totalizando
171 dias de atividades. A Operação Gota (OG) tem como objetivo atender a 104
comunidades ribeirinhas, quilombolas e rurais, além de 325 aldeias indígenas,
distribuídas por 42 municípios da região Amazônica.
O presidente do
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Hisham Hamida, destaca a
importância de todos os envolvidos para garantir a vacinação. “Apesar de todos
os desafios, de todo o movimento de desinformação, a gente consegue manter e
lembrar que todo dia é dia de mobilização lá na ponta. E é bom reconhecer cada
município, de acordo com a sua realidade, de acordo com o seu local –
particularmente acho que o desafio de quem tá no Amazônia profunda com relação
à logística e mobilização de pessoal são estratégias diferentes de quem tá numa
região metropolitana – que cada um possa reconhecer a sua necessidade e
trabalhar para levar a vacina para o braço de todo o cidadão e com isso a gente
fortalecer o nosso sistema de saúde.”
E quem fala do
papel das ações de vacinação para a saúde das populações indígenas é a pedagoga
Vanda Witoto, 37 anos, da etnia Witoto e moradora do Parque das Tribos, em
Manaus. "A vacinação para os povos indígenas certamente é um dos
mecanismos que ajudaram a superar a mortalidade, tanto em crianças indígenas
quanto em adultos, e os desafios são gigantescos nos dias atuais, quando se
trata de alcançar as metas em populações indígenas. Primeiro temos a questão
geográfica e os desafios que perpassam as localidades onde estão as nossas
aldeias, as nossas comunidades, os nossos territórios. Outro fator que a gente
percebe são notícias falsas. Nos últimos tempos, com a chegada da internet,
existem campanhas contra a vacina que fazem com que o nosso povo tenha muito
medo de tomar a vacina."
O Ministério da
Saúde coordena e financia a operação e conta com o apoio do Ministério da
Defesa, da Força Aérea Brasileira, das secretarias estaduais e da Secretaria de
Saúde Indígena, a Sesai.
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