(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
A
obesidade é uma doença que não tem cura, mas tem controle. Segundo o doutor em
endocrinologia clínica Flavio Cadegiani, ela está associada ao aumento de risco
de mais de 200 doenças, incluindo mais de 15 tipos de câncer. Além disso, o
médico lembra que existe o estigma social causado pela obesofobia. De acordo
com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de que 2,3 bilhões de
adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de
indivíduos com obesidade.
Na
opinião do especialista, o excesso calórico advém muitas vezes de um consumo
desenfreado de comidas, que é do desejo alimentar. “É é uma questão química
,não é uma escolha racional. A pessoa não escolhe racionalmente ficar obesa.
Então, os pontos de atenção são a questão do comportamento, que inclusive vem a
questão do tratamento”, explica.
Mas
o endocrinologista explica que a doença também está associada a 60% e 70%
genética. “São mais de 300 genes envolvidos, o principal chama-se FTO. Esses
genes eles influenciam em vários aspectos como a otimização metabólica, então
tudo ele armazena com mais facilidade e com facilidade de ganho de peso”,
revela.
Só
no Brasil, a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas, segundo o Ministério da
Saúde. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal
(IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas só em 2022.
Prevenção
O
tratamento da obesidade consiste basicamente na mudança no estilo de vida do
paciente. O endocrinologista Flávio Cadegiani explica que a prevenção é feita
com alimentação saudável e uma rotina de atividade física.
“A
atividade física bem feita ela é muito melhor para prevenir o ganho de peso do
que para ter perda, tem muito atleta que tem obesidade porque eles pararam de
treinar e não pararam de comer. Então a atividade física ela é muito importante
para a prevenção da obesidade, uma atividade física bem feita e regular, uma
boa alimentação, não precisa ser rigoroso, mas precisa manter o hábito de uma
alimentação saudável, segurar carboidratos, açúcar”, observa.
Segundo
a nutricionista Camila Pedrosa, o acúmulo excessivo de gordura corporal pode
resultar em várias complicações na saúde da pessoa.
“Doenças
cardíacas, diabetes, pressão alta. A gente pode ter obstruções aí que são os
trombos na corrente sanguínea. Isso pode causar derrames, problemas de
articulação, justamente por conta do excesso de peso. Problemas de sono. Ela
pode ter redução da fertilidade, problemas de fertilidade é muito comum em
pacientes obesos e, além disso, ela pode ajudar a desencadear outros tipos de
câncer”, informa.
Uma
doença que precisa de controle
A
nutricionista Camila Pedrosa diz que a obesidade é considerada uma doença que
não tem cura, mas tem tratamento e tem controle. “Se a pessoa para de fazer o
acompanhamento, de cuidar da alimentação, ela tende a voltar o ganho de peso,
mesmo que ela seja uma pessoa que fez uma cirurgia bariátrica. Ela parou de
cuidar, ela tem reganho de peso”, lembra.
E
quem já teve que enfrentar a doença diz que não é fácil. A publicitária Stefany
Liberal, de 30 anos, conta que já passou por momentos de não querer sair mais
de casa por causa de sua aparência. Para recuperar sua autoestima, ela recorreu
a cirurgia bariátrica — procedimento indicado para tratar casos de obesidade
grave.
“Obesidade
é algo muito difícil. Tem gente que acha que a obesidade é algo que essa pessoa
come, só isso? Não, às vezes pode ser uma doença, pode ser algo que vem para
complementar, que é muito difícil. Então, obesidade não é fácil. E a cirurgia
bariátrica em si também é algo muito difícil. Tem gente que acha que fazer a
cirurgia bariátrica é algo fácil, mas não é. É muito difícil porque tem várias
consequências”, relata.
A
OMS instituiu o 4 de Março como o Dia Mundial da Obesidade, com a intenção de
disseminar conhecimentos sobre a doença. A data também é uma maneira de
combater o estigma social a respeito do problema.
Lívia
Azevedo/Brasil 61
Nenhum comentário:
Postar um comentário
As opiniões expressas em materias, artigos e comentarios neste ambiente assim como em todo o portal são de exclusiva responsabilidade do autor e não necessariamente representam o posicionamento do Blog da Rádio Berrokan FM 104, 9.