O relator no Senado da proposta que altera o Código Eleitoral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou nesta quinta-feira (29) que vai apresentar três propostas de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com a reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República. De acordo com Castro, todas as propostas estabelecerão um mandato de 5 anos. As diferenças entre os textos são sobre a possibilidade ou não da coincidência das eleições no país. Ele disse ainda que deve entregar, até a próxima semana, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o relatório do Código Eleitoral.
Segundo
Castro, há um sentimento forte na Casa sobre o fim da reeleição, mas há
divergência sobre a coincidência na data das eleições. O senador disse
que deve apresentar as propostas simultaneamente, para ver qual
vai ter maior aceitação.
“Percebi
até agora que há um sentimento majoritário, que o instituto da reeleição [para
cargos majoritários] é uma coisa que a maioria dos senadores entende que não é
benéfico ao regime democrático”, observou. “Sinto que há um consenso maior
entre o fim da reeleição, com mandato de 5 anos e um consenso menor entre a
coincidência das eleições”.
Durante
entrevista coletiva após reunião de líderes para tratar da reforma eleitoral,
Castro detalhou as propostas.
A
primeira PEC não prevê a coincidência na mesma data para as eleições gerais
para governadores, deputados estaduais e federais, senadores e presidente da
República, e as municipais, para prefeitos e vereadores. Pela proposta, os
prefeitos eleitos no pleito deste ano ficariam no mandato por 4 anos, até 2028,
e teriam direito a uma reeleição, já com o mandato de 5 anos.
No
caso de governadores e presidente da República, eleitos em 2026, também
ficariam no mandato por 4 anos, até 2030, e teriam direito a disputar uma
reeleição, com mandato de 5 anos, com o intervalo entre os dois pleitos de 3
anos, em vez de 2, como atualmente.
“As eleições no
Brasil ficariam assim: em 2030, eleições gerais para governador, presidente,
senador, deputado federal e estadual; em 2033, eleições municipais, para
prefeitos e vereadores; 2035, eleições gerais; 2028, eleições municipais e por
aí vai”, explicou.
A
segunda proposta prevê um mandato tampão de 2 anos para o cargo de prefeito.
Pela proposta, prefeitos eleitos em 2024 exerceriam os 4 anos de mandato e, em
caso de reeleição, um mandato tampão de 2028 a 2030.
No
caso dos governadores e presidente da República, como a eleição está marcada
para 2026, o mandato ficaria, como determina a legislação atual, em 4 anos,
ainda com a possibilidade de reeleição, e a disputa para todos os cargos
ocorreria a partir de 2030, já com o mandato de 5 anos.
“Em 2030, teríamos a
coincidência das eleições no Brasil. Elas se dariam todas num ano só, num dia
só, para todo mundo. Passariam a ocorrer em 2030, em 2035, 2040 e assim vai”,
disse.
A
terceira proposta mantém a coincidência das eleições, mas descarta o mandato
tampão. Nesse caso, a coincidência das eleições passaria a ocorrer a partir de
2034.
Assim,
os governadores e presidente eleitos em 2026 teriam um mandato de 4 anos,
podendo concorrer, em 2030, para uma reeleição pelo mesmo período. Em relação
aos prefeitos, no pleito de 2028 eles seriam eleitos para um mandato de 6 anos.
A
eleição geral ocorreria 2034, depois em 2039, 2044, 2099; todas seguindo o
mandato de 5 anos. Em todas as propostas, os mandatos de vereadores, deputados
estaduais e federais seriam de 5 anos e os senadores teriam mandato de 10 anos.
Fernando Fraga/Agencia Brasil
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