(Fotos: Evangelista Rocha)
Ao
longo desta quinta e sexta-feira (29 e 01 de março) Marabá sedia a Oficina de
Planejamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
que conta com a presença de César Fernando Schiavon Aldrighi, engenheiro
agrônomo e atual presidente nacional da instituição, além de representantes dos
movimentos sociais do campo.
O
evento acontece no campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA), na
Agrópolis do Incra, núcleo Cidade Nova.
Na
oportunidade, foi apresentado Claudinei Chalito da Silva, que assume
interinamente a Superintendência Regional no Sudeste do Pará em Marabá. Ele
substitui Reginaldo Rocha de Negreiros, nomeado em março de 2023 e que
recentemente pediu exoneração do cargo, após uma servidora da instituição
denunciá-lo por assédio.
A
reportagem do CORREIO questionou César Fernando sobre o andamento do processo
de Reginaldo, bem como das investigações do caso. Sucinto, ele afirma apenas
que os trâmites do afastamento foram encaminhados e que será oficializado na
sexta-feira, no Diário Oficial. “Com o afastamento dele, nós convidamos o
Claudinei Chalito, que é um agrônomo do Incra que já trabalhou aqui no Pará e
foi superintendente em Marabá na gestão da presidente Dilma”, complementa o
presidente.
O
cenário que Claudinei vai enfrentar a partir de agora é desafiador, mas César
Fernando crê que sua presença será relevante para “organizar a casa” e liberar
as demandas que estão represadas. Ele vislumbra, ainda, que somente no futuro
será possível discutir se Chalito vai continuar à frente do órgão ou se será
necessária uma nova sucessão.
Diante
da situação, o novo superintendente assume que é necessário retomar um diálogo
com os movimentos sociais. “Existem muitos processos que não tiveram o
andamento da forma que os movimentos sociais e o Incra acordaram, inclusive
anteriormente. O primeiro desafio é tomar ciência de toda a complexidade que
temos aqui”.
PAUTAS
FUNDIÁRIAS
A
oficina de planejamento conta com a presença de representantes do Movimento Sem
Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI) e Federação
dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF). Os
principais pontos levantados pelos movimentos sociais dizem respeito à pauta
fundiária.
As
organizações exigem o assentamento imediato de famílias acampadas, a suspensão
dos desejos e a retomada da polícia de reforma agrária. Além disso, também
entra em discussão a política de habitação rural, crédito e programas para
agroindústrias.
Sobre
isso, César Fernando Schiavon Aldrighi é direto ao afirmar que os pontos
levantados não foram atendidos nos últimos anos. Ele estima que as demandas estão
represadas há oito ou dez anos. “A ideia do planejamento local em Marabá é que
eles consigam apresentar as demandas. Nós vamos organizar o processo de
planejamento das atividades que o Incra faz, aquilo que é possível fazer com os
recursos, tanto orçamentais e financeiros, quanto com recursos humanos”,
detalha.
O
presidente também elucida que muito do que está sendo apresentado no evento não
havia chegado até Brasília. “Muitas das expectativas vão ter que ser
organizadas, algumas para 2024, outras para 2025 e outras para 2026. A intenção
é ouvir, organizar, priorizar, é para isso que a gente veio aqui”,
finaliza.
(Luciana
Araújo/Correio de Carajás)
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