PACIENTES LIBERTADOS DE CLÍNICA PARA DEPENDENTES AFIRMARAM TER SIDO AGREDIDOS E SEDADOS COMO PUNIÇÃO, DIZ DELEGADO
Dos 70 pacientes libertados de uma clínica para dependentes químicos na zona rural de Palmas, pelo menos 50 relataram que sofriam maus-tratos e tinham que tomar sedativos. É o que afirmou a Polícia Civil após operação que fechou o estabelecimento e prendeu um casal que administrava o espaço.
Policiais
e equipes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Assistência Social estiveram
no local na tarde de quarta-feira (7), quando foram confirmadas diversas irregularidades.
Os
nomes dos administradores do local não foram divulgados pela polícia. O g1 tenta
contato com a defesa dos presos.
O
local não tinha autorização de funcionamento pelos órgãos competentes e a
estrutura era precária.
O
delegado Gregory Almeida, responsável pela ação, explicou que as grades nas
janelas e portas, principalmente nos quartos chamou a atenção da equipe.
Os
policias passaram quase 24 horas colhendo depoimentos dos pacientes e mais da
metade disse sofriam agressões físicas. Também nos relatos, os pacientes
afirmaram que a clínica usada sedativos como forma de punição.
"Os
responsáveis pela clínica não apresentaram a documentação exigida pela lei para
submeter pessoas a internações voluntárias e involuntárias”, afirmou a
autoridade.
Ligações
clandestinas
Pela área da chácara em que funcionava a clínica de reabilitação havia lixo espalhado e até ligações clandestinas de energia. Diversos pontos com os chamados 'gatos' de energia foram encontrados pela polícia.
Os
70 pacientes foram libertados do local com apoio dos órgão de saúde e
Assistência Social do Estado e do Município, que ajudaram a acolher quatro
pacientes que não tinham para onde ir, já que as famílias não foram
encontradas.
À
TV Anhanguera, a parente de um dos pacientes Roseane Costa Santos contou que os
responsáveis davam informações falsas sobre o tratamento à famílias.
"Eles
mandavam foto dele na piscina, dele super bem. Só que aqui, a gente descobriu
hoje que eles fazem totalmente uma lavagem na cabeça do paciente para que
passem para a família que está tudo bem. Hoje a gente ficou chocado ao entrar
aqui e se deparar com essa situação", lamentou.
A
prisão preventiva do casal suspeito foi decretada e eles foram levados para as
Unidades Penais Masculina e Feminina da capital, onde estão à disposição da
Justiça.
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