Um garimpo ilegal de cobre foi flagrado com
26 pessoas em condições análogas à escravidão. Elas trabalhavam em próximo à
vila Nova Jerusalém, em Canaã dos Carajás,
município do interior do Pará a quase 800 quilômetros de Belém. O garimpo foi
fechado durante o flagrante. As informações foram divulgadas nesta terça-feira
(30) pela Polícia Federal.
Dois brasileiros e um chinês foram
identificados como responsáveis pelo local e devem responder na justiça
pelo crime. Segundo as investigações, a China é um provável destino no
minério extraído na região.
Os proprietários do garimpo não estavam no
local no momento da operação. O trio responderá pelos crimes de extração ilegal
de minérios, crime ambiental conexo ao garimpo ilegal e redução do trabalhador
à condição análoga à escravidão.
Trabalho
degradante e de risco à vida
A operação também prendeu uma pessoa por
posse ilegal de explosivos. O material é usado para se abrir buracos de
dezenas de metros, por onde trabalhadores descem para retirar o cobre,
arriscando a vida.
A situação dos 26 funcionários em condições
degradantes identificados pela Polícia Federal foi comunicada ao Ministério Público
do Trabalho, para as devidas providências. Com a desativação dos cinco
alojamentos do garimpo, foram tomadas as declarações dos trabalhadores, ouvidos
no local, e eles foram liberados para voltarem às suas casas.
Apreensões
No total, 14 pontos de extração de cobre
foram fechados durante o flagrante. Foram apreendidos 100 invólucros de
explosivos, um rolo de cordel detonantes, 15 motores, cinco marteletes, três
geradores, três motosserras, uma retroescavadeira e uma perfuratriz de sondagem
de mais de R$ 1 milhão.
Mais de 30 servidores entre policiais
federais, militares e agentes do ICMBio participaram da operação, que encontrou
sete grandes estruturas de apoio ao trabalho ilegal.
Reincidentes
Essa é a terceira fase da operação Nova
Jerusalém. O ponto de garimpo ilegal de cobre já foi alvo de outras operações
recentes da PF. Em 30 de agosto do ano passado, nove trabalhadores foram
resgatados no mesmo local em condições degradantes de trabalho, o que configura
trabalho análogo ao de escravo
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