(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
No
Brasil, apenas 3,5% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) são na
modalidade profissionalizante. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é que
este número chegue a 25% em 2024.
A
EJA do Serviço Social da Indústria (Sesi) já superou essa meta: o programa
tem percentual de 50%, integrando o mercado de trabalho e o ensino
profissionalizante. Em um evento realizado no mês de novembro, em Brasília, a
instituição apresentou os resultados do programa a especialistas, parlamentares
e membros do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O gerente
de Educação Básica do Sesi, Leonardo Lapa, explica o diferencial da metodologia
utilizada. “Olhando para a matriz curricular do nosso curso por meio de
avaliações e entrevistas com os alunos, conseguimos identificar o que ele já
sabe e olhar para o que falta para ele concluir. Ele não precisa rever conteúdo
que já domina. Fazemos um plano pessoal de intervenção e cada um recebe
material didático específico, com base no projeto de vida e no reconhecimento
de saberes”, afirmou.
O
estudante tem a opção de escolher entre formação técnica e profissional ou um
dos 8 itinerários formativos ligados a segmentos da economia: alimentos e
bebidas, construção civil, couros e calçados, química, madeira e mobiliário,
metalúrgica, minerais não metálicos, e têxil e vestuário.
A
deputada Tabata Amaral, da Frente Parlamentar Mista da Educação, esteve
presente no evento e relacionou o programa à própria experiência pessoal.
Ela relata que sua mãe abandonou os estudos quando engravidou dela, e voltou a
estudar mais tarde.
“Obrigada
por darem esse passo tão óbvio, mas que muitas vezes não acontece, que é
integrar a EJA com mercado de trabalho, ensino profissionalizante, com a vida
prática”, declarou.
Nova
metodologia
Na
nova metodologia proposta pelo Sesi, o currículo da Educação de Jovens e
Adultos é organizado por competências e habilidades importantes para o
estudante e para o mundo do trabalho. O programa busca que o aluno conclua o
ensino em até 13 meses, com uma completa formação com foco no mercado de
trabalho.
A
proposta tem apresentado bons resultados em relação à formação dos estudantes.
A rede, que oferece vagas gratuitas, tem a maior taxa de conclusão do país
— 50% superior em relação à EJA pública. Segundo Leonardo Lapa, gerente de
Educação Básica do Sesi Nacional, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede
pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então,
a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a
individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança
nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25
estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa
metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informa.
Fonte:
Brasil 61/Berokanfm
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