O acreano Chico da Silva (1910 – 1985) começou a começou a desenhar em muros e paredes de casebres de pescadores em Fortaleza usando os materiais que tinha: carvão e giz. Isso foi por volta de 1937.
O
guache ele conheceu apenas 10 anos depois, e foi o material que lhe
proporcionou a criação de “criaturas fantásticas e folclóricas, entrelaçadas em
lutas renhidas e em campos alucinatórios de cores e padrões vibrantes”, como
colocou o jornal Estadão, ontem.
Na
década de 1960, suas obras ficaram extremamente populares no Brasil e em outros
países, tornando Chico da Silva um dos primeiros artistas brasileiros de
ascendência indígena a obter fama internacional.
Quando
morreu, por conta do alcoolismo, o artista tinha praticamente sido esquecido
pelo mundo da arte, que chegou a questionar a autenticidade de seu trabalho.
Agora,
no entanto, pesquisas vêm revalorizando e reavaliando a obra de Chico,
“reabrindo discussões sobre autoria, autonomia artística e exotização que
permeiam sua história”, segundo o jornal.
Em
27 de outubro, a primeira grande exposição individual de seu trabalho em Nova
York foi inaugurada na Galeria David Kordansky, com cerca de 25 pinturas e
obras em papel do período entre os anos 1960 e o início dos anos 1970. Essa
mostra é produzida depois da apresentação de Chico na feira de arte Independent
em Nova York no ano passado, organizada pela galeria paulista Galatea.
Além
disso, a maior exposição retrospectiva de sua carreira até hoje, Chico da Silva
e o Ateliê do Pirambu, esteve na Pinacoteca de São Paulo de quatro de março a
28 de maio, e foi até 29 de outubro na Pinacoteca do Ceará, em Fortaleza.
“À
medida que o mundo da arte começa a reconhecer a importância da indigeneidade,
queremos destacar a obra e o legado de Chico da Silva, que, da maneira mais
visionária, abriu caminho para uma nova geração de artistas indígenas que
começa a surgir no Brasil”, afirmou Kordansky ao Estadão.
Reprodução/
Internet
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