(Minas Gerais se destaca como a unidade da federação com o maior número de cidades nessas condições)
(Foto: Fernando Frazão/Ag. Brasil)
No Brasil, 1.942 municípios apresentam risco de
ocorrência de incidentes durante o período de chuvas, como deslizamentos,
enxurradas e inundações. Minas Gerais se destaca como a unidade da federação
com o maior número de cidades nessas condições, somando 283 municípios.
No estado mineiro, mais de 1,4 milhão de pessoas
vivem em áreas mapeadas como de risco geohidrológico. Entre os municípios
listados estão Abadia dos Dourados, Barra Longa, Buritizeiro e Belo Horizonte.
Os dados constam na Nota Técnica nº 1/2023/SADJ‐VI/SAM/CC/PR,
divulgada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden).
Na capital mineira, por exemplo, a prefeitura já iniciou ações de
prevenção para o período chuvoso previsto entre o fim de 2025 e
o início de 2026. Segundo a administração municipal, neste ano foram instaladas
placas de alerta para risco de alagamento, reforçando a sinalização destinada
aos condutores.
Também foram executados serviços de microdrenagem,
totalizando cerca de 100 mil limpezas de bocas de lobo. Já as ações de
macrodrenagem incluem a desobstrução de cursos d’água, como a limpeza do
Ribeirão Arrudas — uma operação de alta complexidade que remove grandes volumes
de sedimentos e detritos para restaurar a capacidade de vazão do rio.
Atualmente, Belo Horizonte conta com cerca de 120
agentes da Defesa Civil e 14 viaturas. “Além das vistorias, a equipe pode
adotar medidas como o encaminhamento de famílias para abrigos e a distribuição
de cestas básicas, colchões e cobertores”, informou a prefeitura.
Santa Catarina também
preocupa
Outro estado em destaque é Santa Catarina, com 207
municípios classificados como suscetíveis a esse tipo de risco. Para o verão, a Secretaria de Estado da Proteção informou
que, na região do Grande Oeste, os acumulados de chuva tendem a diminuir. Já
nas áreas litorâneas, a expectativa é de um período mais chuvoso.
“As chuvas se tornam mais frequentes e, por vezes,
intensas em janeiro, quando a circulação marítima passa a ser mais ativa. As
áreas mais afetadas estão entre a Grande Florianópolis e o Norte catarinense,
onde não são descartados eventos extremos. Em fevereiro, a chuva volta a ser
irregular, enquanto a circulação marítima continua ativa no litoral
catarinense”, informou o governo do estado.
O trimestre entre dezembro e fevereiro concentra o
maior número de ocorrências de desastres em Santa Catarina. Segundo o Perfil
Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil (PPDC-SC),
que reúne dados de 1995 a 2019, foram registradas 5.540 ocorrências no período
analisado.
Outros estados e ocorrências recentes
Também aparecem entre os estados com maior número de
municípios em risco:
·
São Paulo
(172 cidades)
·
Rio Grande
do Sul (142)
·
Bahia (137)
·
Maranhão
(110)
No estado paulista, entre os municípios listados
estão Avaré, Barretos, Cotia, Itapevi e Mauá. No início do mês, uma forte
chuva atingiu o município de Ilha Solteira, com rajadas de vento de
aproximadamente 80 km/h. O evento provocou quedas de árvores, destelhamentos e
o colapso de uma torre de comunicação instalada na Guarda Civil Municipal.
Segundo a Defesa Civil estadual, o incidente
comprometeu a comunicação via rádio das guarnições e evidenciou a importância
da REER-SP (Rede Estadual de Emergência de Radioamadores de São Paulo) no apoio
às ações de resposta.
Impacto
nacional
Em todo o país, a população dos municípios
classificados como suscetíveis chega a 148,9 milhões de pessoas, sendo que 8,9
milhões vivem em áreas com perigo potencial de desastres naturais.
Marquazan
Araújo/Agencia do Radio


