(Objetivo é apoiar municípios vulneráveis em 8 capitais brasileiras)
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
O Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) lançou nova edição da Agenda Cidade
Unicef para orientar ações de proteção a crianças e adolescentes em
favelas, periferias e outros territórios vulneráveis de oito capitais
brasileiras: Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São
Luís e São Paulo.
Nessas cidades, mais
de 2.200 crianças e adolescentes foram vítimas de mortes violentas entre
2021 e 2023 e aproximadamente 14.200 sofreram alguma forma de violência
sexual, conforme dados do próprio Unicef e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o chefe de
governança do Unicef no Brasil e coordenador da Agenda Cidade Unicef, Paulo
Moraes, o objetivo é contribuir para aprimorar o trabalho que os
municípios já precisam fazer, por meio de uma série de atividades de formação,
de aprimoramento institucional, de criação de instrumentos administrativos,
como decretos e portarias.
"É um trabalho
de apoio aos municípios, para que se articulem e desenvolvam ferramentas para
fazer a prevenção primária. O menino, estando na escola, com direito à saúde,
com espaços de convivência cidadã, onde ele possa circular, ele não terá o
seu caminho de casa para a escola, obstaculizado por algum episódio de
violência, é isso que a gente quer que a prefeitura garanta", diz Moraes.
As ações são
pensadas de acordo com a realidades local, mas o Unicef também organiza
espaços para a troca de experiências entre as cidades participantes. As
intervenções estão estruturadas em cinco eixos integrados:
·
Educação de qualidade
·
Inclusão produtiva
·
Serviços de proteção
·
Saúde integral e bem-estar
·
Voz ativa na construção de soluções
"Por exemplo,
na saúde, vamos trabalhar com os profissionais da atenção básica, para que eles
melhorem a notificação de violências. Nas escolas, vamos trabalhar ferramentas
de busca ativa das crianças evadidas e caso essa escola tenha também alguns episódios
violentos, a gente trabalha com ações de cultura de paz", acrescenta o
coordenador do programa.
Outro foco de
preocupação são os efeitos das operações policiais. Pesquisas recentes
divulgadas pelo fundo mostraram o impacto dessas incursões na educação e na saúde das crianças e adolescentes de regiões
periféricas do Rio de Janeiro.
"Essas
operações não têm resolvido a questão a que se propõe: de enfrentar a
violência armada e o tráfico. E têm trazido prejuízos enormes para as
crianças que vivem nesses locais. É uma infância que aprende menos, que tem
menos acesso a saúde, que tem mais episódios de saúde mental
deteriorada. Então, vamos ter articulações que também transcendem o
plano do município, com o sistema de Justiça e segurança, ou seja, o
Judiciário, o Ministério Público, Defensoria e as polícias", destaca
Paulo Moraes.
Com informações de Tâmara
Freire/Agência Brasil

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