(Fotos: Evangelista Rocha)
O dia 20 de novembro em Marabá será marcado
por um feriado duplo: o Dia da Consciência Negra, que celebra a ancestralidade
e a cultura afro-brasileira, e o Dia de São Félix de Valois, padroeiro do
município. Desde 9 de novembro, a comunidade católica local participa de uma
programação especial dedicada ao santo, que inclui missas, visitas missionárias
e momentos de devoção.
O titular da paróquia da igreja Matriz, padre
Ademir Gramelik, explica que a agenda foi pensada para envolver toda a
comunidade. “No dia 19, quarta-feira, teremos a Santa Missa Campal de cura e
libertação. Normalmente, ela acontece na Catedral, mas desta vez será ao ar
livre, como preparação para o dia 20, a grande festa de São Félix de Valois”,
descreveu ele em entrevista ao CORREIO nesta segunda-feira, na Catedral Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro.
Segundo o padre, a quinta-feira, 20, começará
com a tradicional Corrida de São Félix, às 6 horas da manhã, saindo da porta da
igreja Matriz e percorrendo as ruas da Marabá Pioneira.
“Às 17h30, teremos a procissão, seguida pela
Santa Missa Campal às 19h30, na Praça São Félix. Para encerrar a noite, haverá
um grande show com o cantor Thiago, um nome conhecido na música católica, que
virá de fora para abrilhantar nosso festejo. É um momento muito aguardado por
todos”, afirma.
A programação se estenderá até o domingo, dia
23, com atividades voltadas à fé e à convivência. “Na sexta e no sábado,
teremos missas campais e shows com bandas católicas da nossa cidade. No
domingo, dia 23, o encerramento será com um grande churrasco beneficente
dedicado a São Félix”, detalha o padre.
O evento final ocorrerá na Praça São Félix,
na Marabá Pioneira, ao meio-dia. Antes, às 11 horas, haverá uma missa na
Catedral. Um bingo beneficente sorteará uma moto, uma TV e um celular, com
cartelas vendidas a R$ 30. “É uma programação pensada para abranger os fiéis e
prestigiar nosso padroeiro. Desde o dia 9, estamos celebrando com missas,
orações e uma missão especial realizada no último domingo, quando 200
voluntários visitaram famílias na Velha Marabá”, acrescenta.
A mensagem de São Félix no cotidiano
Ao refletir sobre o significado espiritual do
santo, o padre Ademir destaca seu combate às diversas formas de escravidão —
não apenas as históricas, mas também as que afetam o ser humano hoje. “São
Félix sempre lutou contra todo tipo de escravidão. Muitos de nós ainda vivemos
sob o jugo da fome, das drogas e de outras amarras”, reflete.
Ele reforça que a essência da missão do
padroeiro é inseparável da mensagem cristã. “A mensagem que ele transmitiu
continua viva porque é a mensagem de Jesus Cristo, que disse: ‘Ide pelo mundo e
anunciai o Evangelho a toda criatura… tirai os vossos filhos da escravidão’.
São Félix dedicou sua vida a esse propósito, e seu legado não morre, porque a
mensagem de Jesus não morre.”
A ligação entre São Félix de Valois e Marabá
A devoção ao santo francês na cidade tem uma
origem curiosa, marcada pela fé dos primeiros habitantes da região. O padre
lembra que São Félix foi, antes de tudo, um homem de oração. “Ele era um
príncipe de família real que, desde criança, dedicou-se a uma vida mística de
intimidade com Deus”, conta.
Na juventude, ao perceber que cristãos eram
escravizados, Félix sentiu o chamado para agir. “Ele desejou criar uma ordem de
padres e missionários para libertar os cristãos cativos”, explica. Assim nasceu
a congregação que o tornaria um símbolo de caridade e libertação.
A presença do santo em Marabá se consolidou
com a chegada dos primeiros povoadores. “Quando a cidade foi fundada, devotos
franceses trouxeram uma imagem de São Félix. Eles construíram uma pequena
igreja na praça, e ali a devoção começou a florescer”, relata Gramelik.
O padre menciona ainda um episódio que
fortaleceu essa ligação: “Há uma história marcante sobre uma grande cura
alcançada por intercessão de São Félix. Esse milagre fez com que a devoção
crescesse e se espalhasse pela cidade”.
Para ele, ter São Félix como padroeiro
significa contar com um guardião espiritual. “Ele é o responsável, diante de
Deus, por guardar e proteger Marabá. Ele é o nosso guardião”, finaliza.
Com informação de Kauã Fhillipe/Correio de
Carajás

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