(Polícia vai monitorar quem transita pela Praça dos Três Poderes)
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência
Brasil)
O entorno do Supremo Tribunal Federal (STF)
amanheceu com reforço de segurança nesta segunda-feira (1º), véspera do início
do julgamento sobre uma trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente
Jair Bolsonaro no poder.
O efetivo extra de
homens e viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deve ficar de
prontidão ao menos até 12 de setembro, quando o julgamento já deverá ter sido
encerrado, conforme o cronograma estipulado pelo Supremo.
A partir desta
segunda-feira, começou a operar também uma Célula Presencial Integrada de
Inteligência, instalada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do
Distrito Federal. A estrutura reúne órgãos de segurança locais e nacionais, que
fazem o monitoramento da movimentação de pessoas em Brasília e nas redes
sociais com objetivo de lançar ações preventivas, se necessário.
A partir desta
terça-feira (2), os arredores do tribunal estarão submetidos a um esquema de
segurança integrado entre a Polícia Judicial Federal e a SSP-DF. Aglomerações que caracterizem manifestações e qualquer tipo de acampamento nas
proximidades estão proibidos.
Policiais farão o
monitoramento de quem transita pela Praça dos Três Poderes e nas vias de acesso
ao Supremo, incluindo abordagens e revista de mochilas e bolsas. Uma das
preocupações maiores é com ações solitárias por parte de algum apoiador do
ex-presidente. Serão feitas também varreduras diurnas e noturnas com drones de
imagem térmica.
Ainda que não sejam permitidas manifestações
nas proximidades, o julgamento deve alterar a rotina da região central de
Brasília, uma vez que mais de três mil pessoas se inscreveram para acompanhar o
julgamento presencialmente, em vagas limitadas abertas ao público. Entre
jornalistas nacionais e estrangeiros, mais de 501 profissionais pediram
credenciamento.
O principal alvo do julgamento é o próprio
Bolsonaro, que não está obrigado a comparecer, mas pode acompanhar o caso em
pessoa, caso queira. Para isso, contudo, é necessário autorização do ministro
Alexandre de Moraes para o deslocamento, uma vez que o presidente foi colocado
em prisão domiciliar pelo relator da ação penal.
Também têm o direito de comparecer ao
julgamento os demais sete réus, entre militares e civis, todos ex-assessores
próximos de Bolsonaro que foram acusados pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) de tentarem romper com a ordem democráticas no Brasil.
Não estão previstas interdições na Esplanada
dos Ministérios durante a semana, somente para o desfile de 7 de setembro, que
ocorre no sábado. Nesse caso, o fechamento da via ocorre a partir das 17h do
dia 6, na altura da Catedral de Brasília e às 23hs, a partir da alça leste,
logo após a Rodoviária do Plano Piloto.
Armas são proibidas
O acesso ao público
estará aberto a partir das 6h do 7 de setembro. Estão proibidos itens como
armas, objetos cortantes, substâncias inflamáveis, recipientes de vidro, fogos
de artifício, mochilas de grande porte, barracas e drones sem
autorização.
O Supremo Tribunal
Federal se prepara - desde meados de agosto - para a realização do julgamento
sobre a trama golpista bolsonarista. Desde o mês passado, cerca de 30 agentes
da Polícia Judiciária foram enviados de diversos estados e outros dormem na sede
do tribunal, em dormitórios montados para que fiquem de prontidão.
Entre as
precauções, houve também varreduras repetidas no edifício do Supremo e também
na casa dos ministros da Primeira Turma, que, além de Moraes, é composta por
Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Os réus do núcleo 1
da trama golpista respondem por cinco crimes, cuja pena somada pode ultrapassar
os 40 anos de prisão. São eles: integrar organização criminosa armada, atentar
violentamente contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano
qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado
da União.
Felipe Pontes/Agência Brasil
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