(Arte: J. Paiva)
No próximo 7 de setembro, o Brasil inteiro
será novamente tomado pelo Grito dos Excluídos e Excluídas, que chega à sua 31ª edição
com o lema: “A vida em primeiro lugar – Cuidar da Casa Comum e da democracia é
luta de todo dia”.
Mais do que uma manifestação, o Grito é um
processo de mobilização popular permanente, que denuncia a exclusão e anuncia
alternativas de vida digna. Este ano, o Grito coloca no centro do debate dois
grandes eixos que atravessam a realidade brasileira: o cuidado com a Casa Comum
e a defesa da democracia e da soberania nacional.
Cuidar
da Casa Comum
As mudanças climáticas e os desastres ambientais
já não são ameaça distante: estão acontecendo agora, devastando comunidades,
deixando famílias desabrigadas e ampliando desigualdades. O Grito ecoa a
urgência de enfrentar a destruição ambiental, de proteger rios, florestas e
cidades, e de colocar a vida acima do lucro.
Defender
a democracia e a soberania
Nossa democracia segue ameaçada por forças
golpistas e políticas de extrema direita que colocam em risco os direitos
sociais, as liberdades individuais e a soberania do país. O Grito reafirma que
democracia não é apenas um regime político: é participação, é voz para os
silenciados, é o direito de decidir sobre o presente e o futuro do Brasil.
O
Grito e o Plebiscito Popular
O 31º Grito dos Excluídos e Excluídas também
vem mobilizando o povo para o Plebiscito Popular 2025, que levanta duas bandeiras
fundamentais:
Uma
breve memória
O Grito dos Excluídos nasceu no Brasil em
1995, fruto da 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela CNBB em 1993 e 1994,
e inspirado pela Campanha da Fraternidade de 1995: “Fraternidade e Excluídos”.
O primeiro ato, em 7 de setembro de 1995, teve como lema “A vida em primeiro
lugar” e ecoou em 170 localidades. Desde então, o Grito se consolidou como um marco
popular de fé, denúncia e esperança.
Em 1999, o Grito atravessou fronteiras e se
tornou continental, mobilizando 15 países da América Latina e Caribe. O
lançamento simbólico ocorreu em Nova York, com a presença de lideranças como
Adolfo Pérez Esquivel (Prêmio Nobel da Paz), Monsenhor Federico Pagura, Frei Betto, Gilmar Mauro e Luiz Bassegio.
Hoje, é uma rede viva de resistência e
solidariedade que mantém firme a certeza: o Grito é um só, ainda que se
manifeste em diferentes línguas, povos e culturas.
Um
só Grito, muitas vozes
O Grito dos Excluídos e Excluídas é a voz
coletiva que ressoa das periferias, dos campos, das comunidades tradicionais, dos povos indígenas, das
mulheres, da juventude, dos migrantes, dos trabalhadores e trabalhadoras. É
mística e profecia, cultura e mobilização, denúncia e anúncio.
No Rio Grande do Sul, o Grito também estará
presente
Assim como em diversas cidades do Brasil, o
povo gaúcho se soma a essa mobilização. Haverá atos, celebrações e
manifestações em diferentes municípios, reunindo comunidades urbanas e rurais
em torno da luta por paz, democracia, soberania, justiça social e cuidado com a Casa Comum.
Participe em sua localidade ou nas cidades
próximas. Informe-se junto às paróquias, movimentos sociais, pastorais e
organizações populares: onde houver exclusão, haverá também resistência e
esperança ecoando no Grito dos Excluídos e Excluídas.
No 31º Grito, reafirmamos que cuidar da Casa Comum, defender a democracia e garantir a soberania
não são tarefas ocasionais, mas lutas de todo dia. O Grito continua porque os
excluídos continuam… E segue unindo corações, vozes e ecoando como um só Grito
— por vida, por trabalho, por justiça e por liberdade.
*Luciane Udovic Bassegio é da coordenação do
Grito dos Excluídos/as Continental.
**Este é um artigo de opinião e não
necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.
Editado
por: Vivian Virissimo/Brasil de Fato
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