(Idosa está em um hospital particular, mas atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Família informou que vai registrar boletim de ocorrência.)
A família de uma paciente idosa que está internada
em um hospital particular de Palmas, mas é atendida por meio do Sistema Único de
Saúde (SUS), recebeu mensagens de um suposto médico cobrando pagamentos. Por
meio de aplicativos de mensagens, os criminosos usaram a foto e o nome de um
cardiologista atuante para tentar enganar os parentes da paciente que, por
sorte, perceberam a farsa a tempo.
A servidora pública Kézia Reis, filha de dona
Enedina, que está internada, explicou que o estado de saúde da mãe é informado
diariamente por meio de boletins médicos. Na sexta-feira (12), a família
recebeu mensagens e ligações de uma pessoa que se passava por um médico. Ele
cobrava uma quantia em dinheiro para que dona Enedina - que está internada pelo
SUS- realizasse exames específicos.
"Dizia que no SUS só teria como fazer a
tomografia, o exame que ele indicava só na segunda-feira (15) seguinte. E que
era uma urgência porque era uma hemorragia", comentou Kézia.
Em um primeiro momento, a família até chegou a
acreditar. Mas o contato passou a gerar desconfiança quando apareceu uma
mensagem que indicava número do Pix para onde o dinheiro deveria ser
transferido.
"Ele tinha
informações sobre os dados da minha irmã, que estavam cadastrados, ele tinha
informações a respeito do estado de saúde dela, qual era o problema, porque ela
estava
com processo, entre outras coisas, cardíaco. Algumas coisas casavam, mas ele
cobrou na sequência o valor e a gente começou a achar um pouco estranho porque
o hospital, já tem 11 dias [de internação] e nunca o médico ligou",
afirmou a filha da paciente.
Em
nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que as informações dos
prontuários dos pacientes do SUS são protegidas por lei e que não cobra por
exames, consultas, cirurgias, internações e outros serviços ofertados.
Denúncias devem ser feitas por ouvidoria ou na Polícia Civil. (veja
nota na íntegra no fim da reportagem).
Késia
entrou em contato também com o hospital onde a mãe está internada e foi
descoberto que se tratava de uma tentativa de golpe. Para alertar os pacientes
e familiares sobre o crime, o próprio hospital passou a divulgar um alerta.
Como
era o contato?
Os golpistas utilizaram o nome de um médico que
realmente existe para tentar convencer as possíveis vítimas. Trata-se de um
cardiologista que atende no estado do Rio Grande do Sul (RS). A família de
Palmas chegou a entrar em contato com o consultório desse profissional, mas a
informação que eles tiveram é que o médico nunca esteve no Tocantins.
No número usado no aplicativo de mensagens, a foto
era a mesma do médico do Sul, que não tinha conhecimento que sua imagem estava
sendo usada para aplicar golpes no estado.
Em caso de um possível vazamento de informações da
paciente, a família informou que pretende registrar um boletim de ocorrência.
Íntegra
da nota da SES
A Secretaria
de Estado da Saúde (SES-TO) informa que os prontuários dos pacientes acolhidos
no Sistema Único de Saúde (SUS) são resguardados pela Lei de Proteção de Dados
(LGPD) e pela resolução n.º 1.638/2002, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e
somente a equipe assistencial, os pacientes e os familiares que os representam
são autorizados a ter acesso. Todas as equipes assistenciais estaduais são
devidamente orientadas sobre a regulamentação.
A SES-TO
destaca que em todas as unidades sob sua gestão há cartazes com alertas para a
população, sobre a não cobrança de valores por exames, consultas, cirurgias,
internações e demais serviços ofertados.
A SES-TO
pontua que em casos de tentativas de extorsão, a orientação é o registro de
boletim de ocorrência junto às autoridades policiais e a denúncia na Ouvidoria
do SUS, um canal seguro, para relatos de queixas e elogios a respeito dos
serviços e acolhimentos recebidos nas unidades sob sua gestão. Os contatos são:
(63) 3027-4340 e (63) 99932-0531 e e-mails: ouvidoria@saude.to.gov.br e
ouvidoria.sus.to@gmail.com . As denúncias podem ser feitas de forma sigilosa e
para todas elas, são abertos processos investigativos e tomadas as medidas
legais cabíveis.
Patricia
Lauris, Aurora Fernandes, g1 Tocantins
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