(Bruno Peres/Agência Brasil)
A 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL)
recebe, neste domingo (6), em Brasília, milhares de indígenas de todas as
regiões do país em defesa da demarcação dos seus territórios. São
esperadas cerca de 10 mil indígenas com previsão de atos e programações entre 7
e 11 de abril.
No acampamento, em meio ao comércio do
artesanato indígena, o português se mistura com outras das 274 línguas
indígenas do Brasil, na maior mobilização anual dos povos originários
brasileiros.
A indígena Andrea Nukini, de 44 anos, levou
quatro dias e quatro noites viajando de ônibus da aldeia do povo Nukini, no
município de Mancio Lima (AC), até Brasília. Segundo ela, a falta de demarcação
obriga os povos a se manterem mobilizados.
“A nossa luta
nunca acaba, porque a gente nunca tem o território totalmente nosso e
demarcado. Era para todos nós, povos indígenas, termos nossos territórios
demarcados, como manda a Constituição há mais de 35 anos. Mas isso não
acontece”, destacou a indígena Nukini.
(Marciely Tupari, coordenadora secretária da COIAB, em frente a barracas no Acampamento Terra Livre (ATL), no espaço Funarte. Bruno Peres/Agência Brasil)
Marco Temporal.
Entre as prioridades do movimento neste ano,
como nas edições anteriores, está a luta contra o Marco Temporal, tese que diz
que apenas os povos indígenas que estavam em seus territórios na promulgação da
Constituição, em outubro de 1988, têm direito à demarcação da terra.
A coordenadora secretária da Coordenação das
Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marciely Tupari,
explicou que a expectativa é reverter o cenário atual, criado com a mesa de
conciliação estabelecida no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir o
Marco Temporal. Indígenas organizados abandonaram a mesa por contestarem sua
legitimidade.
“O movimento
indígena definiu que estar nesse espaço era validar o que o Gilmar Mendes
estava propondo, e uma das propostas era a mineração em territórios indígenas,
o que sempre fomos contra. Não fazia sentido a gente estar num espaço para
debater os nossos direitos e liberar o nosso território para empreendimentos.
Nossos direitos não são negociáveis”, afirmou a liderança.
Lucas Pordeus León/Agência Brasil
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