(Fotos:
Evangelista Rocha)
O
ano virou, mas as pautas e a insatisfação do Sindicato dos Trabalhadores de
Educação Pública do Estado do Pará (Sinteppp), em Marabá, permanecem. Nesta
terça-feira (6), educadores amanheceram munidos de tendas, cartazes e carros de
som em frente à Secretaria de Obras e Vias Públicas (Sevop) para lembrarem mais
uma vez o amargor dos profissionais com as condições de trabalho impostas pelo
governo Tião Miranda e a defasagem salarial de 38%.
Representados
por Everaldo Marinho, da Coordenação Geral do Sintepp, a categoria disse à
reportagem que não aguenta mais trabalhar em tais condições.
· “Trabalhadores de nível médio estão recebendo salários
abaixo do mínimo. O prefeito investe em calçamento de ruas, mas negligencia a
saúde, a educação e trata mal os servidores. Não há um servidor valorizado em
Marabá e a comunidade precisa compreender que um trabalhador valorizado presta
um serviço melhor, produz mais, e o município se desenvolve mais”, aponta.
O
coordenador destaca que já perdeu as contas de quantas vezes a categoria buscou
diálogo e, agora, não vê outra opção a não ser estar permanecer acampada em
frente à SEVOP, impedindo a entrada, exceto para o prefeito Tião, considerado
importante para a negociação. Ele também cita que alguns servidores estão sendo
negligenciados desde 2017, quando o atual gestor assumiu o município.
Em
nome do sindicato, Everaldo afirma que a gestão tem recursos para atender às
demandas e classifica a postura da administração como irresponsável. “Em 2022,
o reajuste foi de 33,24%, enquanto no ano passado foi de 14,99%. Este ano, a
proposta é de 3,62%, e o sindicato acredita que, além de garantir o reajuste
deste ano, é possível negociar retroativos não concedidos”, levanta.
Questionado
sobre a presença do prefeito no local, Everaldo comenta que os funcionários
públicos estão por aguardar. A ideia é garantir o “entra e sai” da SEVOP desde
que ele receba a categoria. O sindicato também afirma que hoje é apenas um dia
de paralisação, no entanto, no dia 26 decidirão se entrarão em greve, buscando
mostrar a disposição da categoria em cruzar os braços.
O
tesoureiro do Sintepp, Wendel Bezerra, também conversou com a reportagem e
pontuou que a paralisação de hoje é apenas o começo de um movimento maior.
Com
mais de 3 mil trabalhadores da educação representando a maior folha de
pagamento, a voz desses profissionais é potente. Wendel tem uma mensagem para
aqueles que ainda não decidiram participar:
· “O resultado deste
ato, o resultado de uma greve, depende do servidor. É muito importante que a
categoria se solidarize e decida participar ativamente do movimento”.
O
Sintepp está disponibilizando toda a estrutura sindical necessária para
garantir os movimentos de greve, enfatizando que a situação atual requer ação
imediata. A partir do dia 26, a categoria decidirá os rumos do movimento, mas
uma coisa é certa: a determinação em lutar por direitos é inabalável.
Para
finalizar, Wendel também faz um apelo aos servidores que ainda não decidiram
participar do movimento.
(Thays
Araujo/Correio de Carajás)
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