(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O
Brasil assumiu nesta sexta-feira (1º) a presidência rotativa do G20 até o
dia 30 de novembro de 2024 com três eixos principais: o combate à fome, à
pobreza e à desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável —
econômico, social e ambiental; e a reforma da governança global. Para o
professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Alexandre
Andrada, o país precisa saber aproveitar a presidência para buscar
investimentos para setores e temas de interesse nacional.
“Pode
ser útil atrair atenção para os grandes temas da economia brasileira, coisas
que o mundo olha para a gente com interesse, que tem interesse em investir
aqui, como as questões de floresta, de agricultura sustentável,
matérias-primas, petróleo. Mas são questões que dificilmente vão ter um impacto
de curto prazo. Pode ser que sabendo aproveitar essa presidência, chamar
atenção para esses setores, começar algumas conversas que se tornem
investimentos no médio e no longo prazo”, ressalta o professor.
Fundado
em 1999, o Grupo dos 20 (G20) é o principal fórum de cooperação econômica
internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em
desenvolvimento do mundo. São 19 países — Argentina, Austrália, Brasil, Canadá,
China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia,
México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados
Unidos — a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O G20
responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3
da população mundial.
B20
Já
o braço empresarial do grupo, o B20, será presidido pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI), que representa o setor privado no fórum desde 2010 e,
agora, terá um papel estratégico nas decisões. Segundo a CNI, o B20 conecta a
comunidade empresarial aos governos dos países do G20 “com a missão de
construir e propor recomendações relevantes para o setor privado de forma que
influencie o processo de tomada de decisões nas pautas prioritárias nos países
do G20”.
O
professor Alexandre Andrada explica que o fórum internacional tem como objetivo
o debate entre os representantes das principais economias do mundo. “Acaba
também envolvendo debates em torno das questões econômicas, empresariais desses
países, buscas de acordos, de iniciativas, de programas conjuntos”,
afirma.
O
B20 terá o “crescimento inclusivo para um futuro sustentável” como tema com
cinco pilares: promover o crescimento inclusivo e combater a fome, a pobreza e
as desigualdades; promover uma transição justa para “net-zero”; aumentar a
produtividade por meio da inovação; promover a resiliência das cadeias globais
de valor; e valorizar o capital humano. O presidente da CNI, Ricardo Alban,
destaca a importância de estar à frente do fórum.
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