(Foto:
Reprodução/Ag. Pará)
Mais
de 730 pessoas, entre extrativistas, quilombolas, indígenas, integrantes de
comunidades ribeirinhas e tradicionais, já foram qualificadas pelo Projeto
Inova Sociobio. A iniciativa busca investir nas cadeias da bioeconomia paraense
a partir do fortalecimento da geração de renda aliada à manutenção da floresta
viva. O governo do Estado já investiu cerca de R$ 1,2 milhão no Projeto.
Lançado
em 2022, o "Inova Sociobio", desenvolvido pela Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em parceria com a The Nature
Conservancy (TNC), programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e
Iniciativa Internacional de Clima e Floresta da Noruega (NICFI), já promoveu
mais de 25 oficinas, mentorias para bionegócios, workshops de cultura
empreendedora, inovação, painéis sobre bioeconomia e acesso a mercados.
"O
Projeto apoia a implantação de 'Pontos de Inovação e Empreendedorismo', com o
objetivo de estimular novos negócios nas comunidades por meio de tecnologias
que aprimorem os produtos e serviços da sociobiodiversidade, capazes de gerar
impactos sociais, econômicos e ambientais positivos e transformadores. A
bioeconomia tornou-se um instrumento que se soma a outras ações promovidas pelo
Governo, com o objetivo de impulsionar o avanço de políticas alternativas ao
desmatamento e à degradação florestal", ressalta Camilla Miranda,
Diretora-Geral do Programa Municípios Verdes.
Cerca
de 30 comunidades, em seis municípios paraenses (Curralinho, Gurupá, Oeiras do
Pará, Salvaterra, Moju e Belterra) já foram atendidas, com a implantação de
seis pontos de inovação em bioeconomia nas regiões do Marajó, Baixo Amazonas e
Tocantins.
Diálogo
- O
caráter participativo da construção da política de bioeconomia no Pará é
considerado fundamental pelo Executivo Estadual, para promover desenvolvimento
sustentável a partir da valorização dos conhecimentos tradicionais e da
aplicação de tecnologias sustentáveis que melhorem a qualidade de vida de
comunidades locais.
Valéria
Carneiro, liderança quilombola do município de Salvaterra e uma das
beneficiárias das ações do "Inova Sociobio", destaca o diálogo como
estratégia assertiva. "O Projeto Inova Sociobio é muito importante,
principalmente para nós, aqui do Marajó, que apesar de ser uma região que tem
muita visibilidade turística, ainda precisa se desenvolver. Esse projeto trouxe
para a comunidade oficinas de biojoias, para trazer mais a nossa ancestralidade,
além de oficinas de manejo florestal e de plantio. O 'Inova' começou aqui com o
diálogo com a comunidade; depois que vieram as oficinas. O Projeto é muito bom
porque começa com esse processo de construção coletiva e ainda estimula a
conscientização sobre o cuidado com a floresta, o plantio e o fortalecimento e
cuidado com a nossa juventude", diz a líder quilombola.
Qualificação - Entre as
principais temáticas abordadas nas oficinas, estão: melhoramento dos processos
produtivos: manejo, processamento e comercialização do açaí e outras
frutíferas; farinha de mandioca e derivados; biojoias; artesanato e móveis
rústicos e trabalhados a partir do aproveitamento de resíduos lenhosos; mudas e
óleos naturais e bioconstrução; comunicação popular e jovens comunicadores;
remédios e práticas medicinais tradicionais indígenas; turismo rural/turismo de
base comunitária; ambientalismo e direitos indígenas (incluindo direitos da
mulher), e associativismo e cooperativismo.
Jovens
e mulheres são os principais beneficiados pelo Projeto, que em 2024 prossegue
com a implementação e ampliação das ações em 20 comunidades.
Agencia
Pará/Berokanfm
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