Em meio a debates acalorados sobre os impactos do uso indiscriminado de agrotóxicos, o Fórum Estadual de Combate aos Impactos do Agrotóxico realizou sua última reunião anual em Marabá. Com a presença de representantes de diversas entidades fiscalizatórias, a discussão central girou em torno dos efeitos nocivos da pulverização aérea na região e a necessidade de regulamentações mais rigorosas para conter os danos à saúde humana e ambiental.
O
evento, que foi promovido pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA),
ocorreu nesta sexta-feira (17), no Plenário da Câmara Municipal de Marabá e,
apesar de ser aberto à sociedade civil, a maioria dos presentes era de pequenos
e médios produtores. Tópicos como a importância das notificações de intoxicação
exógenas por agrotóxico, fiscalização do uso de agrotóxicos em propriedades
rurais e parâmetros meteorológicos que influenciam na pulverização área, foram
discutidos.
Além
deles, a economia circular e o sistema campo limpo, com protagonismo e impacto,
também foi levantada.
Ângela
Queiroz, promotora de Belém e coordenadora do Fórum, destacou a preocupação com
a pulverização aérea, ressaltando que este método tem sido objeto de discussões
ao nível nacional: “Precisamos pontuar o fenômeno que leva os agrotóxicos para
além do local de aplicação, atingindo comunidades, escolas e hospitais.”,
disse.
Ângela
também citou a iniciativa de alguns estados e municípios brasileiros que já
proibiram a pulverização aérea, citando o caso do Ceará. Ela reforçou a
importância de se discutir a possibilidade de vedação dessa prática em Marabá.
A
promotora de Justiça do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, Josélia Leontina
de Barros Lopes, que preside o Fórum Regional de Combate ao Uso Indiscriminado
do Agrotóxico, destacou a importância de combater as irregularidades no uso
desses produtos.
“O
fórum foca especialmente no uso indiscriminado, enfatizando a necessidade de
assistência técnica e a correta observância das normas técnicas. Além disso, há
também o problema das empresas clandestinas e a falta de observância das regras
durante a pulverização, prejudicando pequenas propriedades do entorno”, pontuou.
A
reportagem buscou a perspectiva local do secretário adjunto de Agricultura de
Marabá, Marcos Paulo Eleres, que citou os esforços da Secretaria em desenvolver
a agricultura familiar com um menor uso de agrotóxicos possível: “É preciso
conscientizar os produtores sobre a viabilidade de trabalhar na zona rural com
menos defensivos agrícolas, apresentando projetos e avanços realizados ao longo
dos sete anos de atuação da Secretaria”, finalizou.
Em
suma, o evento revela uma urgência em repensar as práticas relacionadas ao uso
de agrotóxicos na região, principalmente no que diz respeito à pulverização
aérea. Fica claro a importância da regulamentação, fiscalização e
conscientização para mitigar os impactos negativos na saúde humana e no meio
ambiente, enquanto se busca alternativas sustentáveis para a agricultura
local.
(Thays
Araujo: Correio de Carajás/Berokanfm)
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