(Foto:
Reprodução / TV Liberal)
A
Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou nesta quarta-feira (28) que deve recorrer
da decisão do Ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF),
que suspendeu
a retirada de invasores de duas terras indígenas, no Pará.
Em
nota, a AGU diz que a determinação de Marques "diverge da determinação
vigente do Presidente do STF", Luís Roberto Barroso.
Sobre
a suspensão da operação, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirma,
em nota, que a "operação de desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e
Trincheira Bacajá segue no cumprimento da decisão judicial proferida pelo
Ministro Luís Roberto Barroso na ADPF 709".
A
nota diz ainda que a "União ainda não foi comunicada formalmente, por meio
de parecer de força executória expedido pela Procuradoria-Geral Federal e pela
Advocacia-Geral da União, quanto à decisão do ministro Nunes Marques que
suspende a etapa de retirada coercitiva de invasores das terras indígenas
objeto da operação".
A
decisão do Ministro Marques atendeu ao pedido feito pela Associação dos
Pequenos Produtores Rurais do Projeto Paredão (APARPP) e pela Associação dos
Agricultores do Vale do Cedro.
Ele
determinou, na noite de terça-feira (28), "a imediata paralisação de todos
os atos dele decorrentes, especialmente as providências coercitivas de
reintegração adotadas por forças policiais, assegurando aos colonos, assim, o
livre trânsito, na área objeto de impugnação, com seus pertences e
semoventes".
A
decisão ocorreu às vésperas de uma audiência com senadores em São Félix do
Xingu, no sudeste do Pará, em atividades da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI), que investiga liberação de recursos para organizações não
governamentais.
Os
parlamentares começaram a chegar ao município no início da manhã, em avião da
Força Aérea Brasileira (FAB).
A
desintrusão
- como são chamadas as operações de retirada de invasores de áreas que deveriam
ser protegidas - é um dos temas da audiência.
Terras
sob ameaça
A
TI Apyterewa teve o maior
desmatamento do país por 4 anos consecutivos e perdeu área maior do
que Fortaleza. Imagens de satélite mostram a devastação entre 2020 e 2022 e
foram expostas em estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
(Imazon).
A
área de preservação indígena foi homologada por decreto em 2007, reservando 773
mil hectares ao povo Parakanã. O território fica dentro do município de São
Félix do Xingu, no sudeste do Pará.
G1/PA
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