Foi
realizado no sábado, dia 21 de outubro, no Meliponário Municipal, a décima
capacitação de criação de abelhas sem ferrão da Amazônia. Essa foi uma
iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável. A capacitação contou com mais de 30 pessoas
participantes entre meliponicultores e estudantes.
A
agricultora Ana Júlia de Souza Militão, que possui uma chácara de 1,6 hectares,
explica porque procurou a Secretaria e buscou participar da capacitação.
“Pretendo implantar um pequeno meliponário na minha propriedade. Tenho
interesse no mel, mas o principal objetivo é na polinização”, explica. A
agricultora tem uma plantação com 900 pés de café, e, essa polinização das
abelhas, além de melhorar a qualidade do café, também pode ajudar na
produtividade.
Para
a estudante de Zootecnia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus
Sinop, Glenda Paula Leandro dos Reis, que proferiu uma palestra durante a
capacitação, essa iniciativa da Prefeitura é uma ação de educação ambiental. “É
um trabalho que está propagando conhecimento, está divulgando a importância
dessas espécies sem ferrão. Não é só produção, envolve a polinização”,
argumenta.
O
biólogo e professor da UFMT, Campus Sinop, Prof. Dr. Marliton Rocha Barreto,
destaca que a capacitação proporciona algo valioso, que é a ciência com o
conhecimento prático. “É importante essa integração. Aqui nós temos o
conhecimento científico, mas também temos a experiência do dia-a-dia”, pontua.
De
acordo com dados apresentados durante a palestra, Carvalho-Zilse et al., 2012,
estima-se que existem 400 espécies de abelhas sem ferrão. Segundo Pedro, 2014,
no Brasil foram catalogadas 244 espécies, distribuídas em 29 gêneros, no qual
observou-se mais diversidade de espécies no bioma amazônico.
Outro
ponto que destaca-se, segundo FAO, 2004, estima-se que aproximadamente 73% das
espécies vegetais cultivadas no mundo sejam polinizadas por alguma espécie de
abelha. Outro ponto que merece destaque, é que segundo VIANA E OLIVEIRA (2006)
E MARCHINI (2005), as abelhas, através da sua polinização são capazes de
aumentar em 97,9% a produção de feijão, sendo as espécies Megachile sp. E T.
angustula.
Para
o diretor de Meio Ambiente, José Alesando Rodrigues, que também foi coordenador
executivo do Projeto Olhos D’Água da Amazônia, mostram que as políticas
públicas desenvolvidas em Alta Floresta estão no caminho certo. “São abelhas
que ajudam na polinização das plantas, isso ajuda o nosso ecossistema, além de
trazer alguma rentabilidade”. Rodrigues ainda completa: “Essa interação meliponicultores
e estudantes, mostra a importância da academia e o conhecimento prática
caminharem juntos”, observa.
No
sábado foram distribuídas 64 caixas com colmeias de abelhas sem ferrão da
Amazônia. Desde o início do Meliponário Municipal, até este ano, já foram 700
caixas. “É uma espécie de sistema de cooperativas. O agricultor leva a caixa
com colmeias e traz uma vazia. Assim não pesa pra ninguém e todos ganham”,
pontua.
Na
questão jurídica o cultivo de abelhas sem ferrão também foi regulamentado.
Através da Lei Estadual nº 11.869, de 31 de agosto de 2022, dispõe sobre a
criação, comércio e o transporte de abelhas-sem-ferrão (meliponíneas) no
Estado.
Noticia
Exata/Berokanfm
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