sexta-feira, 19 de agosto de 2022

HOMENS ARMADOS QUEIMAM ESCOLA EM LOTE DE TERRA PÚBLICA NO PARÁ, DENUNCIA COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 
(Foto: Reprodução)

Famílias do lote 96, da gleba Bacajá, no município de Anapu, no sudoeste do Pará foram alvo de um novo ataque. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), uma escola da comunidade foi incendiada e houve disparos que teriam partido de um grupo de homens armados.

O Ministério Público Federal (MPF) informou ao g1 que está acionando os órgãos competentes. Policiais foram enviados ao local.

O lote 96 é uma área pública onde está em implantação o assentamento Dorothy Stang. No local vivem 73 famílias, informou a Comissão Pastoral da Terra. O lote está situado em uma área de disputa entre agricultores e grileiros.

Segundo a denúncia da CPT, entre a noite de quinta (18) e a madrugada desta sexta-feira (19), homens armados atiraram contra um agricultor e tocaram fogo na Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Anacleto.

Um relato de uma agricultora fala que os moradores tiveram que se abrigar na mata. “Tocaram fogo na escola e houve muito tiroteio por volta das 23h da noite desta quinta-feira (18). Aí nós ficamos a noite no mato. Eu, junto com minha família, passamos a noite no mato porque foi muito tiro”, afirma.

“Isso não foi a primeira vez que os moradores sofreram ataques vindo do rumo da sede que ficou no 96 e da sede da fazendo no lote 28”, denuncia a CPT.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou que a "situação que ocorre em Anapu na área do lotes 96 e 28" e que é competência dos órgãos federais". Mesmo assim, equipes da Polícia Militar e Civil para dar apoio. O g1 também entrou em contato com a PF, prefeitura de Anapu e aguarda retorno.

Já o Incra informou, também em nota, que o "assentamento ainda não foi implantado e também não houve seleção de famílias. Os conflitos na área são objeto de investigação da Delegacia de Conflitos Agrários de Altamira. O Incra aguarda a conclusão das apurações e a apresentação de eventuais denúncias por parte da delegacia especializada ao Ministério Público".

Segundo o MPF, uma das lideranças das famílias moradoras está no programa de proteção a defensores de diretos humanos, por causa de ameaças à sua vida.

G1/PA

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