(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O
aposentado e pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganhará
mais tempo para quitar os empréstimos consignados. O ministro da Previdência
Social, Carlos Lupi, anunciou nesta quarta-feira (5) o aumento do prazo de
pagamento das parcelas de 84 para 96 meses (sete para oito anos).
A
decisão também beneficia as famílias que recebem o Benefício de Prestação
Continuada (BPC). Segundo o ministro, o INSS igualou o prazo do consignado ao
do praticado na mesma modalidade de crédito aos servidores públicos. A mudança,
ressaltou o ministro, aliviará o valor das prestações.
“Estamos
acompanhando esse prazo e com isso esperamos aliviar um pouco o peso da
prestação. Chegamos à decisão no começo deste ano pela quantidade de
empréstimos consignados que existe, mais de 16 milhões, e pelo aperto que as
pessoas passam”, declarou o ministro em entrevista coletiva.
Nesta
quinta-feira (6), o INSS publicará uma instrução normativa com o aumento no
prazo. A extensão vale tanto para quem tem o crédito consignado tradicional, o
cartão de crédito consignado e o cartão consignado de benefício.
Lupi
também explicou que, nos três casos, o segurado poderá renovar o crédito com
mais 12 meses de prazo para pagar. O ministro informou que a Previdência e o
INSS fizeram simulações e que as novas regras trazem vantagens aos bancos
porque a inadimplência é próxima de zero nessa modalidade.
“A
mudança é positiva para o sistema financeiro, porque possibilita uma negociação
mais ampla [entre os bancos e os tomadores]”, destacou.
Teto
de juros
O
aumento no prazo ocorre cerca de um mês após o Conselho Nacional de Previdência
Social (CNPS) aprovar o aumento no teto de juros no crédito
consignado do INSS. As taxas para os empréstimos pessoais passaram de 1,66%
para 1,8% ao mês. O teto dos juros do cartão de crédito consignado foi mantido
em 2,46% ao mês.
O
teto foi elevado por causa dos recentes aumentos na Taxa Selic (juros básicos
da economia), atualmente em 13,25% ao ano. Com as altas nos juros básicos, os
bancos pararam de oferecer o crédito consignado do INSS. As instituições
financeiras pediam um teto maior, de 1,99% ao mês.
O
ministro da Previdência evitou afirmar se o teto do consignado continuará a
subir, mesmo com o Banco Central confirmando mais uma alta de 1 ponto percentual na Selic em março. “Não
temos vinculação direta e nunca tivemos com as decisões do Copom. O mercado
geral não tem a garantia que é o desconto em folha que o consignado tem. Nosso
índice de inadimplência é o mais baixo entre todos os tipos de empréstimos”,
afirmou Lupi.
O
presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse que o aumento do prazo não
muda a situação prática, em que a maioria dos tomadores chegam ao fim de um
empréstimo contratando outro. Segundo ele, na prática, atualmente ocorre uma
prorrogação quase ilimitada de algum financiamento.
“O
aumento do prazo não muda esse status. Ele [o segurado do INSS] ter parcela
mais barata, que não comprometa a sua sobrevivência, a gente dá uma chance
maior de ele não ficar tentado replanejando, reprogramando”, justificou
Stefanutto.
Consignado
do INSS
Modalidade
de crédito controlada pelo Ministério da Previdência Social, o empréstimo
consignado do INSS permite o desconto das parcelas diretamente da folha de
pagamento do segurado.
Pelas
regras atuais, os aposentados, pensionistas e demais beneficiários do INSS
podem comprometer até 45% do benefício com o consignado, dos quais 35% ao
empréstimo pessoal, 5% ao cartão de crédito consignado e 5% ao cartão de
benefício.
Responsável
por definir o teto de juros do consignado e as condições da modalidade de
crédito, o CNPS tem seis representantes do governo federal, três de aposentados
e pensionistas, três dos trabalhadores e três dos empregadores.
Wellton
Máximo/Agência Brasil
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