Uma operação destruiu uma ponte clandestina usada por invasores e exploradores ilegais da Terra Indígena Apyterewa em São Félix do Xingu, no sudoeste do Pará.
A ação nesta sexta-feira (26) foi um pedido da
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), executada com apoio de agentes
da Polícia Federal e Força Nacional.
Explosivistas da Polícia Federal detonaram a ponte
em duas etapas: uma explosão na quinta-feira (25) e outra nesta sexta.
A estrutura tinha 61 metros de comprimento e 4,6
metros de largura, sustentada por oito pilares de concreto.
Segundo
a PF, a ponte, na região do paredão, é conhecida como "Bucha do
Natanael" e servia como principal acesso à TI Apyterewa.
Segundo
a Funai, o objetivo é evitar a volta dos invasores à região, ainda como parte
da operação
de desintrusão de duas Terras Indígenas no Pará, que estão entre as
mais desmatadas no Brasil: a Apyterewa, do povo Parakanã, e a Trincheira
Bacajá, dos povos Kayapó e Xikrin. A retirada de invasores iniciou em outubro
de 2023 e as ações
foram marcadas por tensão.
A
desintrusão foi uma determinação do ministro Luís Roberto Barroso. Desde
outubro, foram retirados gados, estruturas de fazenda foram inutilizadas e
pistas de pouso foram destruídas.
De
acordo com o Centro de Monitoramento Remoto da Funai, a região da TI Apyterewa
foi a área de floresta amazônica mais desmatada entre os anos de 2019 e 2022.
As disputas territoriais vinham desde a década de 1980, quando os primeiros
invasores da terra indígena se instalaram, segundo a PF.
O
povo Parakanã, que ocupa 22 aldeias pela Terra Indígena, convivia com barulho
das serras usadas para o desmatamento, com rejeitos de mineração no Rio Xingu e
com a circulação de caminhões transportando toras de madeira, além da
exploração de gado, feitos de maneira ilegal.
G1/PA