domingo, 25 de outubro de 2020

PROCURADOR GILBERTO MARTINS É RÉU EM AÇÃO POPULAR

 O procurador geral de Justiça do Pará (PGJ), Gilberto Valente Martins é réu em uma Ação Popular (AP) que o acusa de supostas ilegalidades que estariam “favorecendo” financeiramente alguns promotores e provocando prejuízos aos cofres públicos. Tão ou mais grave é que ele teria até contratado novos assessores para o MP-PA, em período proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A AP foi ajuizada pela advogada Raquel Araújo da Silva, em abril deste ano. No último 2 de outubro, o juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 5ª Vara da Fazenda Pública e Tutelas Coletivas, mandou intimar Gilberto Martins, para que ele possa se defender das acusações. A ação (de número 0831217-36.2020.8.14.0301) pede a devolução ao erário de todos os recursos que teriam sido pagos irregularmente.

Segundo a advogada, o pagamento permanente e direcionado de diárias de viagem e de “acumulações” vem fazendo com que um grupo de promotores esteja recebendo mais de R$ 40 mil brutos por mês, o que ultrapassa a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o limite constitucional para a remuneração de qualquer cargo público. As diárias estariam sendo pagas “de maneira habitual, por anos a fio”, o que, por si só, já seria um indício de irregularidade, já que esse tipo de verba tem caráter eventual: serve para custear as despesas de um funcionário público, quando ele viaja a serviço do órgão em que trabalha.

Já as “acumulações” ocorrem quando um promotor que é titular, por exemplo, de uma promotoria na capital, é designado para responder, também, por mais uma, duas ou três promotorias. É uma situação que também deveria ser eventual, assim como os pagamentos decorrentes. Só que a advogada diz ter detectado acumulações inexplicáveis, que se prolongam durante meses, violam o princípio do promotor natural, geram despesas altas e desnecessárias e parecem direcionadas a apenas alguns, levando até mesmo à quebra da isonomia dos integrantes do MP-PA.

“Às vezes, o PGJ retira o promotor de sua titularidade e o lota em município que já possui titular, sem que haja qualquer justificativa para tanto”, relata. A “dança de cadeiras”, diz ela, “possui o condão de onerar os cofres públicos e gerar favorecimentos ilegais para alguns membros” da instituição.

DOL

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