Professor tem pesquisa indicada ao
Prêmio Capes de Tese 2014
O coordenador do Campus de Marabá e historiador Airton dos Reis Pereira
analisou a luta pela terra na região Sul e Sudeste do Pará. A tese foi
defendida em 2013, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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Airton dos Reis Pereira |
Entre os atores ouvidos, estão padres, agentes de pastorais, posseiros, trabalhadores rurais migrantes, fazendeiros, advogados, militantes de partidos políticos e representantes de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e de diversas instituições do Estado, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do Instituto de Terras do Pará (ITERPA) entre outros.
Para o pesquisador, que é filho de trabalhadores rurais que migraram de Minas Gerais para o estado do Pará, e tem larga experiência na interlocução com os atores sociais no campo paraense, atuante, inclusive na CPT, investigar essas realidades significa trazer à tona as fundamentações dos conflitos por terra na região Amazônica. "Eu trabalhei na zona rural até 18 anos e tive um envolvimento muito grande com os movimentos sociais. Tudo isso, de certa forma, ajudou muito na pesquisa de doutorado e no trabalho que exerço atualmente na Coordenação do Campus da Uepa, em Marabá. Outro ponto importante foi o público que pesquisei. Como trabalhei com a metodologia da História Oral, a minha experiência na região facilitou o contato e entrevistas com os diversos atores", pondera Pereira.
A Tese de Airton Pereira pode ser entendida como uma narrativa que privilegia pequenos acontecimentos, marcas sutis e singulares. É um estudo que procura afastar-se das vertentes historiográficas. O Trabalho revela, por exemplo, que o conceito “posseiro”, durante muito tempo atribuído ao ocupante de terras improdutivas, foi ressignificado, passando, mais tarde, à categoria “sem-terra”, que emergiu a partir da atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST).
A defesa da tese ocorreu em 24 de maio de 2013, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE, e foi escolhida para representar o PPGH pela Comissão de Docentes do Programa. "Acredito que a indicação de minha tese para concorrer o Prêmio da Capes é um reconhecimento pelo trabalho que realizei. É de certa forma também reconhecimento da trajetória que construí na instituição que pertenço como professor", revela Airton. Devido à referência no assunto, o docente também recebe frequentes convites para participação em eventos nacionais e regionais. O próximo será o IX Encontro Regional de História, promovido pela Seção Pará, da Associação Nacional de História, que será realizado em Belém, de 10 a 13 de novembro nas dependências da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Prêmio Capes de Tese oferece como premiação passagem aérea e diária para o autor e para o orientador da tese premiada para comparecimento à cerimônia de premiação, que ocorrerá no dia 10 de dezembro deste ano, em Brasília; certificado ao orientador, co-orientador(es) e ao programa em que foi defendida a tese; certificado e medalha para autor; auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional para o orientador, no valor de R$ 3 mil; e bolsa para realização de estágio pós-doutoral em instituição nacional ou internacional.
Texto: Janine Bargas
Foto: Arquivo pessoal