(Foto: Raimundo Paccó/Estadão Conteúdo)
A Justiça Federal revogou integralmente nesta
terça-feira (4) a decisão que determinou a desocupação parcial da sede da Secretaria
de Estado de Educação do Pará (Seduc) por lideranças indígenas. Os
manifestantes ocupam há 22 dias o prédio da Seduc.
A decisão que determinou a desocupação
parcial já estava suspensa desde o dia 31 de janeiro. A revogação é assinada
pela juíza Maria Carolina Valente do Carmo e atende um pedido do Ministério
Público Federal (MPF).
Procurada, a Procuradoria Geral do Pará e à
Seduc, mas não houve posicionamento até a publicação desta reportagem.
Segundo a juíza Maria do Carmo, “é preciso
revogar a decisão provisória após entender a garantia do direito de reunião e
manifestação de grupos vulneráveis".
O documento afirma ainda que a Constituição
assegura a todos o direito de reunião pacífica, em locais abertos ao público,
sem necessidade de autorização prévia.
A juíza afirmou que “o Estado do Pará alega
que a ocupação inviabilizaria, de forma praticamente integral, a realização das
atividades próprias da Seduc”.
Porém, a magistrada entende que “não é o que
se verifica a partir de análise do conjunto probatório, especialmente, das
conclusões da inspeção judicial realizada no local”.
Ao pedir a reconsideração da decisão, o MPF
argumentou que a decisão não considerou a necessidade de consulta prévia, livre
e informada e participação efetiva das comunidades indígenas, violando seus
direitos.
Desocupação parcial da Seduc
No dia 22 de
janeiro, a juíza federal Lucyana Said Daibes Pereira tinha aceitado o pedido de
reintegração de posse feito pelo governo do Pará e determinou que os indígenas
desocupassem o prédio em até 12 horas, sob pena de multa de R$ 2.000 por hora
de descumprimento.
De acordo com a decisão judicial, revogada
nesta terça-feira (4), os manifestantes poderão permanecer apenas no auditório
e no refeitório, situados no anexo do edifício.
A decisão foi tomada após o pedido de
tutela antecipada feito pelo Governo do Estado, que solicitava a imediata
liberação das áreas administrativas da Seduc, sob pena de multa diária.
Em uma ação de 2018 na Justiça, o MPF e o
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) defendem que cada um dos povos e
comunidades tradicionais do Pará devem ser consultado antes de qualquer tomada
de decisão do Estado sobre esse tema.
Protesto
na Alepa
Durante a abertura dos trabalhos legislativos
nesta terça-feira (4), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa),
indígenas e professores protestaram contra a Lei 10.820/24.
Os manifestantes fazem parte do grupo que
ocupa a Seduc desde o dia 14 de janeiro. O ato foi acompanhado por um forte
aparato policial.
No dia 28 de janeiro, os professores, que
estão em greve na rede estadual no Pará, também
realizaram um protesto na sede da Secretaria Estadual da Fazenda, em Belém.
G1/PA
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