(Foto:
Reprodução/TV Anhanguera)
Povos
indígenas que residem na Ilha do Bananal devem retirar criações de gado das
terras até o dia 31 de agosto de 2025. O prazo foi estipulado pelo Ministério
Público Federal (MPF), após constatar que a maior parte dos animais pertence a
pecuaristas não indígenas.
O
problema começou em 2009, quando um acordo entre indígenas e o MPF permitiu a
criação de gado dentro do Parque Indígena do Araguaia, na Ilha do Bananal. A
ideia era que os indígenas administrassem a atividade, mas fazendeiros
passaram a arrendar as terras ilegalmente por meio de acordos com os indígenas.
De
acordo com o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Tocantins, Leandro Milhomen Costa, as
criações de gado têm causado desequilíbrio ambiental e problemas sociais na
região.
"O
que essa lei diz é que não é possível o desenvolvimento de atividades dentro de
terras indígenas por terceiros não indígenas, que é o que vem acontecendo na
Ilha do Bananal. Então você tem a presença dessa imensa quantidade de gado, 90%
não pertence aos indígenas, é uma atividade que entrou em um descontrole total
e vem causando grandes problemas culturais e sociais, mas também problemas
ambientais na Ilha do Bananal como um todo", disse o superintendente.
Segundo
a Constituição Federal, terras indígenas são de uso exclusivo dos povos
originários, mas algumas lideranças são contra a retirada do gado. Para eles, a
pecuária virou uma importante fonte de renda.
"Considerando
a ausência do Estado dentro das comunidades da Ilha do Bananal, vai haver um
impacto muito grande a saída do gado, economicamente, em nosso povo",
argumenta Cleiton Javaé, cacique da Aldeia Txuiri.
Representantes
de órgãos ambientais indígenas se reuniram na sede do MPF, em Palmas, e
discutiram medidas para solucionar o problema. Os representantes das aldeias
pedem um novo prazo para a retirada dos animais.
G1/TO
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